O problema é que hoje muitos dos poderes estão perigosamente centralizados. Os governantes chamam a si a supervisão e a tutela de sectores decisivos na manutenção da governação. É um principio fundamental na democracia a dispersão do poder por forma a evitar tentações que o próprio poder deturpa. Ao contrário do que seria desejável, é um facto que a politica nas sociedades ocidentais nos últimos anos tendem para o egocentrismo de um líder carismático, com o dom de cativar as massas através do mediatismo bem estruturado e desmesurado. Podemos enquadrar nesta moldura figuras como Tony blair ou Sarkozy e Silvio Berluscony. O problema não é novo, não é exclusivo deste ou daquele governo, é sim uma tentação constante que leva as mentes mais sãs a ofuscarem-se. Assim cabe a todos uma atenção constante e uma supervisão atenta principalmente por parte dos média, ela mesma um poder por força da circunstância na evolução da política, e da forma de fazer política.
A não ser a evolução técnica das tecnologias do marketing e democratização da informação, na realidade nada disto é novo, o perigo reside precisamente aí, conhecemos o resultado, mas nem sempre descortinamos o método. Se vasculhar-mos os manuais da história recente veremos que grandes estadistas facilmente viraram ditadores atrozes ou que românticos revolucionários não passaram de sanguinários assassinos, é assustador quando damos por nós a reconhecer razoabilidade nas palavras de homens como Hitler ou Estaline, quando inocentemente nos deliciamos com causas revolucionarias ao jeito de Che Guevara.
(continua)... logo que tenha paciência...
A não ser a evolução técnica das tecnologias do marketing e democratização da informação, na realidade nada disto é novo, o perigo reside precisamente aí, conhecemos o resultado, mas nem sempre descortinamos o método. Se vasculhar-mos os manuais da história recente veremos que grandes estadistas facilmente viraram ditadores atrozes ou que românticos revolucionários não passaram de sanguinários assassinos, é assustador quando damos por nós a reconhecer razoabilidade nas palavras de homens como Hitler ou Estaline, quando inocentemente nos deliciamos com causas revolucionarias ao jeito de Che Guevara.
(continua)... logo que tenha paciência...
ANTES E DEPOIS DE MAIAKOVSKI
ResponderEliminarMaiakovski (1893-1930) Poeta russo 'suicidado' após a revolução de Lenin…escreveu, ainda no início do século XX:
Na primeira noite, eles se aproximam
e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra
sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.
Depois de Maiakovski…
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
Bertold Brecht (1898-1956)
Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram
meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar...
Martin Niemöller, 1933 - símbolo da resistência aos nazistas.
Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles;
Depois fecharam ruas, onde não moro;
Fecharam então o portão da favela, que não habito;
Em seguida arrastaram até a morte uma criança, que não era meu filho...
Cláudio Humberto, em 09 FEV 2007
Sócrates, logo no dia da posse, atacou os farmacêuticos...
Eu não disse nada, porque não sou farmacêutico.
A seguir atacou os magistrados; também nada disse, porque não sou magistrado.
Depois foi aos médicos e enfermeiros. Também nada disso é comigo.
A seguir congelou as carreiras dos funcionários públicos. Quero lá eu saber, nem sou manga de alpaca.
Maltratou os polícias, os militares, os professores... os padres também não escaparam!
Aumentou os impostos.
Aumentou a idade da reforma, a insegurança nas ruas, nas escola e até nas nossas casas.
Ah! Mas criou 'as novas oportunidades', 'o divórcio', a insegurança, o crime, a violência, os 'canudos' de férias e domingos.
Hoje bateu à minha porta com a Lei da Mobilidade e atirou-me para o desemprego.
Já gritei e ninguém me ouve, até parece que a coisa só me afecta a mim.
O que os outros disseram foi depois de ler Maiakovski.
Incrível é como, após mais de cem anos, ainda nos encontremos tão desamparados, inertes e submetidos aos caprichos da ruína moral dos poderes governantes, que vampirizam o erário, aniquilam as instituições e deixam aos cidadãos os ossos roídos e o direito ao silêncio: porque a palavra há muito se tornou inútil…
Até quando?...
SIM, ATÉ QUANDO VAMOS FICAR A OLHAR SEM AGIR?????????
O POEMA DA 'MENTE'
ResponderEliminarHá um primeiro-ministro que mente.
Mente de corpo e alma, completamente.
E mente de maneira tão pungente
Que a gente acha que ele mente sinceramente.
Mas que mente, sobretudo, impunemente...
Indecentemente... mente.
E mente tão racionalmente,
Que acha que mentindo vida fora,
Nos vai enganar eternamente.