O plantel mais caro do mundo!!

O plantel mais caro do mundo!!
Jogam sujo, recebem muito, viciam o jogo e perdem sempre...

05/06/2009

Precisa-se de matéria prima para construir um País


A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão
que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates. O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria prima de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda
sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal
E SE TIRA UM SÓ JORNAL,
DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país:
-Onde a falta de pontualidade é um hábito;
-Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
-Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos.
-Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
-Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.
-Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
-Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar.
-Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.
-Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes. Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não. Já basta. Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui
até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier. Qual é a alternativa ? Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror ?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados... igualmente abusados !
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer.
Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos: Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, somos tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir)
que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa ?... MEDITE !
Eduardo Prado Coelho, antes de falecer (25/08/2007), teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos, por isso façam uma leitura atenta.

11 comentários:

  1. Rescaldo das eleições: as contas reais!

    Abstenção: 63,14
    Votantes: 36,86

    Votos em partidos: 30,23
    Votos em branco: 4,63
    Votos nulos: 2,0

    Assim, cada partido teve, em concreto, os seguintes votos:

    PSD: 9,8 (em 100 possíveis!)

    PS: 8,4 (em 100 possíveis!)

    BE: 3,6 (em 100 possíveis!)

    CDU (PCP + Verdes): 3,5 (em 100 possíveis!)

    CDS/PP: 2,8 (em 100 possíveis!)

    Outros: 2,0 (em 100 possíveis!)


    O meu comentário: não há palerma que não cante vitória nem imbecil que ache que perdeu justamente!

    Moral da história: onde não há ética nem moral resta um salve-se quem puder!

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  2. A crise – outras receitas

    http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Opiniao/Interior.aspx?content_id=137226&tab=community

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  3. O PS e o seu governo tem toda a legitimidade para governar até ao fim da legislatura, não se poderá colocar em causa esta realidade democrática. Mas a democracia ultimamente sofre de um grave problema de falta de bom senso e de ética governativa deixando a porta aberta para o próximo que vier fechar. Essa prática tem levado a prejuízos incalculáveis e desperdícios escandalosos. Estas atitudes são muitas vezes da conveniência de lobies, clãs e grupos empresariais bem organizados que têm defraudado o erário publico de forma escandalosa fazendo aparecer gente riquíssima que não tem que provar a proveniência das fortunas que ostentam e um desperdício vergonhoso da riqueza disponível do país que muito tem perdido com estas atitudes. Muitos dos fundos da CE assim se esbanjaram todos o reconhecemos. Assim julgo a par de muitas pessoas de bem que não será de bom senso, seguir para a frente com concursos e projectos que condicionam o futuro do país e de legislaturas seguintes que podem não ser de governos PS. A verdade é que são demasiadas as vozes de pessoas influentes nas mais vastas áreas políticas (incluindo do partido do governo) e profissionais para que se tenha mais cuidado nas opções que possam comprometer o futuro e as próximas gerações. Em minha opinião acho que a indefinição dos tempos que correm não será ideal para se tomarem tais decisões, principalmente se não estiver devidamente estabelecido um consenso entre uma larga maioria dos partidos de todo o espectro político. Um consenso para tais projectos a tão prolongado tempo de amortização empenhando o rendimento de futuras gerações não pode ser jogado, terá que fazer parte do tal consenso e de um fundamental entendimento entre todos os partidos para uma estratégia de futuro de forma a que o país possa ter definitivamente um rumo. Este consenso precisa-se e terá que ser protagonizado por todos independentemente da força ou forças politicas que estejam na governação partindo do principio que uma legislatura é de 4 anos e uma estratégia de tais dimensões terá que ser pensada e programada a tantos anos quanto os custos e amortizações das mesmas. È absolutamente necessário que os políticos tenham a coragem de se entenderem quando o que está em causa é o bem comum e o país no seu todo. Não podem confundir-se as estratégias e as formas ideológicas da governação com o futuro da nação e os riscos que corremos no mundo cada vez mais agressivo em que vivemos. Se os políticos não forem capazes de ter esta postura de humildade e dignidade democrática perante o supremo interesse da nação não estarão a prestar um bom serviço ao país. Dizerem-se democratas e berrar por democracia não adianta porque democracia obriga a consensos contínuos com os que não partilham opiniões, democracia obriga a ceder a respeitar e a aceitar contrariedades ao ego e aos próprios interesses e controlar vaidades patéticas. Defenderem-se damas e guerrear pontos de situação com estratégias de linguística publicitara e tácticas de advocacia rentável não é ser patriota e não é prestar um bom serviço ao país. Ser politico é muito mais que isso e nós precisamos de verdadeiros políticos que sejam capazes do consenso estratégico para o bem da nação.

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  4. Os limites da governação

    http://jn.sapo.pt/opiniao/

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  5. Manuel António Pina: Tempo de fazer contas

    Peguemos então na máquina de calcular e deitemos contas à democracia que temos. De mais de 9 milhões e meio de eleitores inscritos, 63% (mais de 6 milhões) entenderam, no passado domingo, que não valia a pena votar. Considerando que outros 4,63%, tendo votado, o fizeram em branco, negando a confiança a qualquer partido, e que houve 2% de votos nulos, os portugueses que confiam ainda nos partidos que temos são já menos de um terço (30%).


    O que significa que o PSD – partido mais votado – tem a confiança de apenas 9,5% dos portugueses (31,68% de 30%), e o PS de menos ainda: nem de 8% (26,58% de 30%). E todos os restantes partidos, no seu conjunto, de menos de 9%. É esta a legitimidade democrática (o PSD representando 9,5% dos portugueses, o PS menos de 8% e os restantes partidos menos de 9%) do actual sistema partidário. O que levou a tal divórcio dos portugueses – que, no entanto, nas primeiras eleições após o 25 de Abril acorreram em massa, esperançada e entusiasticamente, às urnas – dos políticos e da política? Teremos que mudar de povo? De políticos? Ou devemos continuar a fazer de conta?

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  6. ________________________________________




    Ser Português é:


    - Guardar as cuecas velhas para polir o carro.
    - Lavar o carro na rua, ao domingo.
    - Ter pelo menos duas camisas traficadas da Lacoste e uma da Tommy (de cor amarelo-canário e azul-cueca).
    - Passar o domingo no shopping.
    - Tirar a cera dos ouvidos com a chave do carro ou com a tampa da esferográfica.
    - Ter bigode.
    - Viajar pró "cu de Judas" e encontrar outro Tuga no restaurante.
    - Receber visitas e ir logo mostrar a casa toda.
    - Enfeitar as estantes da sala com as prendas do casamento.
    - Exigir que lhe chamem 'Doutor'.
    -Exigir que o tratem por Sr. Engenheiro.
    - Axaxinar o Portuguex ao eskrever.
    - Gastar 50 mil euros no Mercedes C220 cdi, mas não comprar o kit mãos-livres, porque 'é caro'.
    - Já ter 'ido à bruxa'.
    - Filhos baptizados e de catecismo na mão, mas nunca pôr os pés na igreja.
    - Não ser racista, mas abrir uma excepção com os ciganos.
    - Ir de carro para todo o lado, aconteça o que acontecer, e pelo menos, a 500 metros de casa.
    - Conduzir sempre pela faixa da esquerda da auto-estrada (a da direita é para os camiões).
    - Cometer 3 infracções ao código da estrada, por quilómetro percorrido!!!
    - Ter três telemóveis. Gastar uma fortuna no telemóvel mas pensar duas vezes antes de ir ao dentista.
    - Ir à bola, comprar 'prá geral' e saltar 'prá central'.
    - Viver em casa dos pais até aos 30 anos ou mais.
    - Ser mal atendido num serviço, ficar lixado da vida, mas não reclamar por escrito 'porque não se quer aborrecer'.
    - Falar mal do Governo eleito e esquecer-se que votou nele.

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  7. O Governo acaba de rever as suas previsões para o crescimento económico, apostando numa quebra real do PIB de 3,4% em 2009. Vai ser pior. A previsão do défice orçamental das administrações públicas para 2009 sobe para 5,9%. Vai ser maior. A previsão para o desemprego é também revista em alta para os 8.8%. Mas já vai em 8.9%. E continuará a subir. O Governo fez também saber que o investimento, no último trimestre de 2008, registava uma quebra de 8,6% e que as exportações tinham sofrido um tombo de 8.5% . Para 2009, a estimativa é de um novo tombo de 11,6%, mas adivinha-se que venha a ser muito maior. O país contínua a endividar-se à razão média de dois milhões de euros por hora, pelo que, lá para 2009, deverá ao exterior mais de 100% da riqueza anualmente criada. Esta é a obra deste Governo. De modo que só um louco acreditará num PS, que nos leva, com propaganda, pompa e circunstância, para o abismo.

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  8. Que raios e qual é o problema de juntar as eleições autarquicas com a eleição para o governo? Podia poupar-se umas valentes massas aos contribuintes. Dois em um como as promoções do supermercado no mínimo poupa na embalagem… Mas até já ouvi argumentar que para poupar nas eleições, até podia não se fazerem que saia mais barato em jeito de ironia, como se alguém fosse dono da democracia e a possa decidir ou impingir. Uma coisa é certa aos Portugueses contribuintes com trabalhos mal remunerados todos os políticos pedem contenção, mas quando toca ao despesismo por parte dos que coabitam a AR, os trabalhadores a crise e as dificuldades logo passam para o plano do Zé povinho que alanca com o fardo e cala. Já com a lei do financiamento dos partidos facilmente encontram consensos elevando vergonhosamente os valores a distribuir e a forma de aceitação promíscua não era motivo de indignação por todos eles. Com os ordenados e regalias desmesuradas dos políticos e gestores públicos nunca ninguém contesta, todos tiram vantagens inadequadas até condenáveis que em nada favorecem a despesa publica. É por estas e por outras que tenho dificuldade em encontrar opções no universo da politica, realmente não é o mesmo mundo onde eu e os meus colegas de trabalho vivemos.

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  9. Politicamente, são correctos os Investimentos.
    Economicamente, são um desastre.
    Politicamente, ganha Sócrates.
    Economicamente, pagam os portugueses actuais e futuros

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  10. Do lobo mau ao cordeirinho bom
    Se ele fosse um garoto, eu até compreendia a coisa. Mas ele é um homem em idade madura que, ainda por cima, anda na vida política há vários anos. E é licenciado em engenharia, a fazer fé no que consta no diploma que a Universidade Independente lhe passou, era uma vez num certo domingo… Enfim, por muito lerda que uma pessoa seja, há barreiras que nunca pode atravessar, sob pena de cair no ridículo. Por isso, há por aí quem diga que das duas uma: ou ele teve um AVC na sequência do desaire eleitoral do dia 7 de Junho; ou, então, a sua idade cerebral anda aí pelos três quatro aninhos, não mais do que isso, coisa que só agora se revelou.
    Mas também é certo que as trapalhadas em que um tipo se mete ao longo da vida – e que, mais tarde ou mais cedo, desabam sobre a sua cabeça – a par das vicissitudes próprias da política e da ocupação do poder, podem, a certa altura, dar-lhe a volta ao miolo, descompensá-lo, infantilizá-lo, retirá-lo da realidade. E se isso acontece e não se tomam os comprimidos certos, as consequências podem ser desastrosas e irreversíveis.
    Haveria ainda, é certo, a hipótese de se tratar de um doente bipolar, não fosse tão longo o período em que um dos aspectos do seu humor ocultou o outro, nada mais, nada menos do que quatro longuíssimos anos. Normalmente, o estado eufórico alterna frequentemente com uma fase depressiva, de inibição. Ora, perante esse grande período contínuo de euforia, de agressividade, de incontinência verbal, de uma obsessão maníaca à volta do seu ego, é de crer que não se tratará desse transtorno das células nervosas, mas de outro, designado por egocentrismo. Ou seja: salvo melhor opinião, ele não será um doente maníaco-depressivo, mas será, com certeza, um egocêntrico feroz. Ora, sabendo nós que o egocentrismo é a característica que define as personalidades que consideram que todo o mundo e todas as pessoas giram ao seu redor, sabemos também que, por exemplo, a criança com cerca de 3 anos passa pelo período chamado teimoso, pois ainda não compreende que faz parte de uma sociedade, imaginando-se o centro do mundo. Mas o que aconteceu ao egocêntrico para, de súbito, parecer curado? A criança, cresce. E o adulto?
    Seja como for, o lobo mau que apareceu por aí em 2005, uivando e mostrando a dentuça arreganhada até ao dia 6 de Junho de 2009, transformou-se, no dia a seguir, num manso cordeirinho branco, dócil, de suaves balidos, incapaz de comer até as mais tenras ervinhas.
    Porque me sinto emaranhado num mar de dúvidas – e não encontro nenhuma explicação fácil para esta súbita e radical mudança de personalidade – pergunto-me quem é, afinal, o verdadeiro Sócrates? O político arrogante, vaidoso e autoritário que pôs os portugueses a comer o pão que o diabo amassou, ou o delicodoce anjinho que estende a mão à palmatória, vestindo o hábito do mais humilde dos franciscanos?
    E se eu me deixasse desta conversa fiada e pusesse a questão em termos mais vulgares? Exactamente assim: Sócrates é um imbecil, ou pensa – e ele lá saberá com que razões – que está a lidar com cerca de 10 milhões de imbecis? Que me desculpem os leitores mais sensíveis, mas a manobra é tão rasca, tão tosca, tão infantil, tão ridícula e tão evidente, que não consigo pôr a questão de modo mais generoso. De facto, só alguém completamente desfocado da realidade, e que perdeu por completo a noção do ridículo, é que se atreve, do dia para a noite, a interpretar a farsa do político humilde, dialogante, gentil, paciente e tolerante, exactamente o contrário do que demonstrou ser durante quatro anos.
    Perante tão espantosa manifestação de infantilidade, condição que faltava acrescentar ao interessante currículo da personalidade de Sócrates, a comunicação social não pôde deixar de, praticamente em coro, glosar a impostura. Uma das estações televisivas, não me lembro qual, entremeou trechos das suas diversas intervenções antes e depois do 7 de Junho. Garanto-vos que foram os momentos mais grotescos – e, simultaneamente, mais cómicos – a que assisti nos últimos tempos.

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  11. Todos os indivíduos com jeito para ser donos da razão e convictos de que a verdade é sua propriedade, acabam sempre em inquisidores, ditadores e populistas. Donos da verdade porque tudo o que outros possam dizer não têm razão, ou recusam reconhece-la. Ditadores porque querem controlar, mandar e saber de tudo melhor que ninguém com medo de serem atraiçoados e a fomentar guerrilhas e divisões nos que os possam defrontar. Populistas porque não governam passam a vida a contar mentiras que agradem ao povo e a fazer inaugurações de obras feitas com empréstimos que outros hão-de pagar, mesmo que não seja a cortar fitas. Ora este senhor Pinocrates porque está absolutamente convicto das suas atitudes, mentiras e razões, à muito que deixou de ouvir as contrariedades, a oposição o que não lhe convém. Enfim à muito que perdeu a humildade com que o bom senso costuma premiar e fazer a diferença entre os bons e os maus políticos. Assim ele só ouve o que gosta quem lhe convém e o circuito que dele retira dividendos. Erro fatal, tal como todos os grandes ditadores, também os maus políticos cometem sempre os mesmos erros. E este está no caminho da desgraça.

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A história dá boas lições que os governantes teimam em não aprender.

A história dá boas lições que os governantes teimam em não aprender.
Os nossos governantes dizem e fazem precisamente o contrario do que já os imperadores da Roma antiga sabiam.