Ora aí vai mais um estudo do economista Eugénio Rosa, esse que é personna não grata na TV porque mostra, com dados em quadros em apoio, o que os economistas de cátedra não gostam de ouvir, porque os desmentem. Colo aqui o resumo e anexo o texto completo.
O PEC: 2007-2011 ENVIADO A BRUXELAS PELO GOVERNO REDUZ A CAPACIDADE DO ESTADO PARA ENFRENTAR O AGRAVAMENTO DA CRISE ECONÓMICA E SOCIAL EM
2008
RESUMO DESTE ESTUDO
Os sintomas de recessão da economia americana e o, consequente, abrandamento do crescimento económico da Alemanha e de outros países mais desenvolvidos da U.E., que está já a provocar a desaceleração da economia portuguesa, a qual nem chegou a sair da crise, são cada vez mais evidentes. Só o governo é que se mantém cego perante o agravamento da situação. A prová-lo está o Programa de Estabilidade e Crescimento: 2007-2011 (PEC:2007-2011) que enviou, em Dezembro de 2007, à Comissão Europeia. Este Programa reduz a capacidades do Estado para enfrentar o agravamento da situação económica e social que certamente se verificará em 2008. E isto por várias razões.
Em primeiro lugar, porque o governo propõe-se reduzir, pelo 3º ano consecutivo, o défice em 2008 para além dos compromissos que tinha assumido com Bruxelas, que já eram bastante penalizadores para o País. Esta redução do défice para além do previsto, determina um corte no investimento público que, só no período 2006-2008, atinge 2.564,4 milhões de euros. A quebra do investimento público tem arrastado, no mesmo sentido, o investimento privado impedindo a modernização da economia e a criação de emprego, o que reduz a capacidade do País e do Estado para enfrentar a crise.
Em segundo lugar, porque vai agravar ainda mais a injustiça fiscal. Entre 2007 e 2011, as receitas dos impostos que os portugueses terão de pagar passarão de 39.994 milhões de euros para 49.652 milhões de euros, ou seja, aumentarão em 9.658 milhões de euros. Deste total, 3.412,6 milhões de euros são relativos a impostos directos e 6.245,6 milhões de euros a impostos indirectos. Portanto, o aumento tem fundamentalmente como origem os impostos indirectos (64,7% do aumento)e menos os impostos directos (35,3%). Em percentagem das receitas fiscais, entre 2007 e 2011, as de impostos directos passarão de 38,2% para 37,7%, enquanto as dos impostos indirectos aumentarão de uma forma continua durante o mesmo período, pois passam de 61,8% para 62,3%. Como se sabe os impostos indirectos são mais injustos que os impostos indirectos, logo é evidente o agravamento da injustiça fiscal, o que contribuirá para um ainda maior agravamento das desigualdades de rendimento que já são muito grandes no nosso País, e que se têm agravado nos últimos anos.
Em terceiro lugar, porque o governo pretende fazer cortes elevados nas despesas das Administrações Públicas. Efectivamente, através da redução do poder de compra dos trabalhadores e reformados, do congelamento das carreiras, de despedimentos e de colocação de
trabalhadores na situação de mobilidade especial, de aposentações prematuras, etc. o governo reduziu a despesa pública, no período 2006-2007, em média, 2.645,3 milhões de euros por ano, enquanto no período 2008-2011 o governo tenciona atingir, em média, 6.453,3 milhões por ano, ou seja, 2,4 vezes mais, o que inevitavelmente vai provocar mais desemprego, redução e degradação dos serviços públicos prestados à população, nomeadamente saúde e educação, e um corte importante no crescimento do mercado interno, o que terá um impacto negativo na actividade económica..
Com um programa desta natureza, será inevitável o agravamento da situação económica e social. E isto até porque o cenário que o governo utilizou nas suas previsões é irrealista. De acordo com esse cenário prevê-se que, em 2008, a taxa de juro seja de 4,4% e o preço do barril de petróleo 80,8 dólares. Mas como consta do próprio PEC:2007-2011, basta um aumento de 1 ponto percentual na taxa de juro e de 20% no preço do barril de petróleo para que o crescimento económico de 2,2% para 2008 se reduza para 1,68%. E, no fim de 2007, isso já se tinha verificado pois, em Novembro 2007, a taxa de juro, segundo o INE, já era 5,5%, e o preço do barril de petróleo atingiu, em Dezembro de 2007, 97,92 dólares (+21,2%) e, em 2008, a tendência tem sido de aumento. O próprio Banco de Portugal já veio confirmar a redução do crescimento económico em 2008 (2%) em relação à previsão do governo(2,2%). E a desaceleração da actividade económica em Portugal com, a consequente, quebra de receitas fiscais levará o governo, para cumprir o compromisso que tomou de redução do défice para 2,4% em 2008, a reduzir ainda mais o investimento e a despesa pública, o que agravará ainda mais a crise económica e social portuguesa.
O governo enviou, em Dezembro de 2007, à Comissão Europeia a actualização do seu Programa de Estabilidade e Crescimento: 2007-2011 (PEC: 2007-2011). E contrariamente ao titulo que tem, o PEC:2007-2011 não trará nem estabilidade nem crescimento ao País. Pelo contrário é de prever que a situação económico e social se agrave como consequência também da aplicação deste programa. Apesar do agravamento da situação económica mundial e europeia, o governo elaborou e enviou a Bruxelas um programa que não tem em conta essa situação (é como ela não existisse), que reduz a capacidade do Estado para enfrentar o agravamento da crise que certamente se verificará em 2008.
O PEC: 2007-2011 ENVIADO A BRUXELAS PELO GOVERNO REDUZ A CAPACIDADE DO ESTADO PARA ENFRENTAR O AGRAVAMENTO DA CRISE ECONÓMICA E SOCIAL EM
2008
RESUMO DESTE ESTUDO
Os sintomas de recessão da economia americana e o, consequente, abrandamento do crescimento económico da Alemanha e de outros países mais desenvolvidos da U.E., que está já a provocar a desaceleração da economia portuguesa, a qual nem chegou a sair da crise, são cada vez mais evidentes. Só o governo é que se mantém cego perante o agravamento da situação. A prová-lo está o Programa de Estabilidade e Crescimento: 2007-2011 (PEC:2007-2011) que enviou, em Dezembro de 2007, à Comissão Europeia. Este Programa reduz a capacidades do Estado para enfrentar o agravamento da situação económica e social que certamente se verificará em 2008. E isto por várias razões.
Em primeiro lugar, porque o governo propõe-se reduzir, pelo 3º ano consecutivo, o défice em 2008 para além dos compromissos que tinha assumido com Bruxelas, que já eram bastante penalizadores para o País. Esta redução do défice para além do previsto, determina um corte no investimento público que, só no período 2006-2008, atinge 2.564,4 milhões de euros. A quebra do investimento público tem arrastado, no mesmo sentido, o investimento privado impedindo a modernização da economia e a criação de emprego, o que reduz a capacidade do País e do Estado para enfrentar a crise.
Em segundo lugar, porque vai agravar ainda mais a injustiça fiscal. Entre 2007 e 2011, as receitas dos impostos que os portugueses terão de pagar passarão de 39.994 milhões de euros para 49.652 milhões de euros, ou seja, aumentarão em 9.658 milhões de euros. Deste total, 3.412,6 milhões de euros são relativos a impostos directos e 6.245,6 milhões de euros a impostos indirectos. Portanto, o aumento tem fundamentalmente como origem os impostos indirectos (64,7% do aumento)e menos os impostos directos (35,3%). Em percentagem das receitas fiscais, entre 2007 e 2011, as de impostos directos passarão de 38,2% para 37,7%, enquanto as dos impostos indirectos aumentarão de uma forma continua durante o mesmo período, pois passam de 61,8% para 62,3%. Como se sabe os impostos indirectos são mais injustos que os impostos indirectos, logo é evidente o agravamento da injustiça fiscal, o que contribuirá para um ainda maior agravamento das desigualdades de rendimento que já são muito grandes no nosso País, e que se têm agravado nos últimos anos.
Em terceiro lugar, porque o governo pretende fazer cortes elevados nas despesas das Administrações Públicas. Efectivamente, através da redução do poder de compra dos trabalhadores e reformados, do congelamento das carreiras, de despedimentos e de colocação de
trabalhadores na situação de mobilidade especial, de aposentações prematuras, etc. o governo reduziu a despesa pública, no período 2006-2007, em média, 2.645,3 milhões de euros por ano, enquanto no período 2008-2011 o governo tenciona atingir, em média, 6.453,3 milhões por ano, ou seja, 2,4 vezes mais, o que inevitavelmente vai provocar mais desemprego, redução e degradação dos serviços públicos prestados à população, nomeadamente saúde e educação, e um corte importante no crescimento do mercado interno, o que terá um impacto negativo na actividade económica..
Com um programa desta natureza, será inevitável o agravamento da situação económica e social. E isto até porque o cenário que o governo utilizou nas suas previsões é irrealista. De acordo com esse cenário prevê-se que, em 2008, a taxa de juro seja de 4,4% e o preço do barril de petróleo 80,8 dólares. Mas como consta do próprio PEC:2007-2011, basta um aumento de 1 ponto percentual na taxa de juro e de 20% no preço do barril de petróleo para que o crescimento económico de 2,2% para 2008 se reduza para 1,68%. E, no fim de 2007, isso já se tinha verificado pois, em Novembro 2007, a taxa de juro, segundo o INE, já era 5,5%, e o preço do barril de petróleo atingiu, em Dezembro de 2007, 97,92 dólares (+21,2%) e, em 2008, a tendência tem sido de aumento. O próprio Banco de Portugal já veio confirmar a redução do crescimento económico em 2008 (2%) em relação à previsão do governo(2,2%). E a desaceleração da actividade económica em Portugal com, a consequente, quebra de receitas fiscais levará o governo, para cumprir o compromisso que tomou de redução do défice para 2,4% em 2008, a reduzir ainda mais o investimento e a despesa pública, o que agravará ainda mais a crise económica e social portuguesa.
O governo enviou, em Dezembro de 2007, à Comissão Europeia a actualização do seu Programa de Estabilidade e Crescimento: 2007-2011 (PEC: 2007-2011). E contrariamente ao titulo que tem, o PEC:2007-2011 não trará nem estabilidade nem crescimento ao País. Pelo contrário é de prever que a situação económico e social se agrave como consequência também da aplicação deste programa. Apesar do agravamento da situação económica mundial e europeia, o governo elaborou e enviou a Bruxelas um programa que não tem em conta essa situação (é como ela não existisse), que reduz a capacidade do Estado para enfrentar o agravamento da crise que certamente se verificará em 2008.
Muitos dos pedidos de insolvência e falências não são mais que a oportunidade abraçada. Uma forma airosa de sacudir a água do capote por parte de gestores danosos e empresários incompetentes, assim a culpa é da crise, ficam bem vistos encaixam o papel de vítimas “et voilá” mais umas consciências tranquilas. Vamos continuar a assistir a este oportunismo, por muito tempo tem ainda os que não por incompetência mas por falta de escrúpulos aproveitam para a deslocalização procurando mão de obra cada vez mais escrava. Com a já sobejamente conhecida atitude lavo daí minhas mãos tipo Pilatos pois no nosso mundo estupidoliberalista ser empresário não tem que ser socialmente consciente. O nosso país é terreno mais que fértil para estes oportunistas do sistema. Com um sistema judicial letárgico onde a justiça nunca acontece e a promiscuidade entre a politica e os negócios, um péssimo futuro é mais que previsível. Contudo esta situação vista numa perspectiva inteligente podia ser o reordenar de todo o tecido económico do país, deixando que de alguma forma as más empresas os mãos negócios caíssem para dar espaço e mercado a novas e melhores empresas, mas isso exigia um consenso alargado e uma predisposição de todos algo que não se afigura possível, pois a inveja a intriga o malabarismo e a falta de qualidade técnica e humana nas classes dirigentes é mais que evidente.
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